Na actualidade a caça torna-se num desporto controverso e de
alto risco.
As correntes ideológicas de ecologia actual propiciam a
teoria que identifica a caça de animais selvagens um acto de
natureza selvagem e que não é actual para os tempos de
hoje.
Os defensores da caça alegam que esta é já tão antiga quanto
o próprio Homem.
É uma realidade, mas também não há dúvida
que a evolução do ser humano se tem feito muitas vezes, à
custa de mudanças dos comportamentos e rituais antiquados e
primitivos por outros mais complexos e sofisticados. |
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Hoje em dia vemos cada vez mais e mais caçadores,
chegando-se ao ponto de se afirmar por cá no interior que há
mais caçadores que coelhos. Também as agressões ao meio
ambiente com químicos, abate de árvores, sobreaquecimento e
incêndios se tornam cada vez mais violentas e devastadoras
destruindo os seres selvagens. Concerteza que a caça, como actividade desportiva, para não
contribuir também ela para este enorme desequilíbrio terá
necessariamente que assentar em modelos de controle e
administração devidamente estudados. Sendo assim a caça é na
actualidade uma actividade muito onerosa, que irá estar apenas
ao alcance duma minoria.
É verdade que o interesse de muitos caçadores
são o saborear das delícias dos animais selvagens do monte
que caçam, o que não é a realidade do antigamente na
necessidade em obterem os alimentos por tal meio, tendo de
percorrer montes e montes.
Não é hoje por
conseguinte esse o motivo.
Talvez a motivação no passeio pelos monte, o conviver
com amigos, é o que |
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actualmente motiva milhares e milhares de
caçadores a sair de casa com uma arma pronta para abater os
animais selvagens. |
Conseguimos contudo pela mesma motivação atrás referida,
encontrar uma outra forma de caça, não só delineada e a
apontar aos seres vivos, mas também direccionada à imensidão
de paisagens, naturezas e autênticos jardins selvagens, ou
seja a FOTOGRAFIA, cuja colisão com a natureza é nula
Tal
comparação aparentemente parece paradoxal, todavia há muitas
analogias.
Na caça à foto de aves ou animais, calcorreia-se o terreno
lentamente, em silêncio e com paciência, à procura sempre
dum disparo em atingir o ser vivo, para então o revelar no
computador ou papel em casa. |
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Na caça às paisagens e naturezas, percorrem-se quilómetro e
quilómetros, em qualquer altura do ano para obter sempre a
imagem mais original ou paradisíaca do passeio.
Todo
o equipamento, acessórios, licenças e cartas do caçador, são
muito onerosos, e por vezes perigosos, causando anualmente
uma diversidade de desastres humanos
Na fotografia gasta-se o investimento na máquina fotográfica
digital, e não é necessária a manutenção em balas ou
cartuchos.
Na realidade muitos fotógrafos de animais e
naturezas foram por muito tempo caçadores de arma.
Não era grande admiração o abate dos
inocentes animais selvagens: o cartucho emitindo
centenas de chumbos nas várias direcções, dificilmente
não acertava e até mesmo chumba todo o animalzinho. |
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A fotografia, assim sendo torna-se numa fase mais avançada
de acertar na presa, e quase sempre com pouco sucesso. É
que, descobrir o ser vivo, focar, não tremer e atingi-lo na
totalidade com a paisagem envolvente é bastante difícil, mas
sedutora, motivante e agradável.
Também procurar a mesma paisagens em diferentes momentos do
dia, o mesmo cenário em períodos diferentes do ano, obriga a
correr, percorrer, calcorrear montes, planícies e ribeiros,
satisfazendo em simultâneo o nosso físico e psíquico com os
quilómetros de ginástica então exigidos.
Assim sendo a fotografia das naturezas e
vidas selvagens, desperta-nos à preciosidade da natureza,
aos valores que alberga e às ameaças e riscos a que está
sujeita.
Mesmo à volta de nossa casa, ou pelo concelho e
serranias locais há sempre uma diversidade de cenários e
acontecimentos vivos
onde é sempre possível estabelecer uma |
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simbiose com o fotógrafo, de modo que a
fotografia, ou melhor, o fruto da caça seja passivo de
desenvolver criatividade, motivação pela natureza e aos
animais selvagens, e grande investimento na saúde. |
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